Déficit de médicos é desafio para cidades do interior do Brasil

O déficit de médicos no Brasil é uma realidade que impacta diretamente a qualidade do atendimento à saúde. Muitas regiões, especialmente as áreas mais remotas e interiores do país, enfrentam uma escassez significativa de profissionais de saúde, prejudicando o acesso da população aos serviços médicos essenciais.

De acordo com análises realizadas sobre o mercado de trabalho, como no estudo “Demografia do Trabalho Médico”, do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), baseado em dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), o país ainda tem índice pequenos de médicos/habitantes (1,8 médicos por 10 mil habitantes), em relação aos países vizinhos, como a Argentina, que o número é (3,1). 

É fundamental agregar novas ações para garantir a ampliação da formação de médicos para a atenção básica no país, aumentando a possibilidade da população brasileira ter acesso à saúde de qualidade.

O estado do Pará é uma das áreas mais afetadas por esse desafio. Com vastas extensões territoriais e comunidades distantes, muitas regiões paraenses encontram-se em situação de deserto médico, onde a oferta de serviços nesta área é insuficiente para atender às necessidades locais. A média do Brasil é de 2,6 médicos a cada mil habitantes. No Pará, esse número é de 0,4.

E embora a Região Sudeste apresente uma grande quantidade de médicos, há uma forte concentração nas capitais. Ou seja, mesmo nas regiões onde há mais médicos, há uma grande irregularidade, com maior concentração nas grandes cidades, principalmente nas capitais. 

Segundo o coordenador do curso de Medicina da Trivento Medical School, Délio Martins, com Faculdades de Medicina localizadas no interior de São Paulo e do Pará, a criação de novas vagas de graduação em Medicina é crucial para enfrentar esse déficit: “O aumento no número de profissionais formados amplia a oferta de médicos em todo o país, permitindo uma distribuição mais equitativa e atendendo a demanda em áreas negligenciadas. Investir em novas vagas de graduação em Medicina não apenas aborda o déficit imediato, mas também contribui para a construção de uma infraestrutura de saúde mais robusta e resiliente. Além de suprir a escassez de médicos, promove o desenvolvimento de pesquisas e práticas inovadoras no campo da saúde”.

Para tentar reduzir esse déficit de profissionais, a Trivento Medical School, mantenedora das Faculdades Serra Dourada de Altamira (PA) e Serra Dourada de Lorena (SP), iniciou, em novembro de 2024 e março de 2025, o curso de graduação em Medicina em ambas cidades. 

Em Altamira, o objetivo é formar profissionais que atendam os nove municípios que fazem parte da região onde a instituição de ensino superior está instalada. “A Trivento tem este propósito de transformar vidas das comunidades onde está inserida e a faculdade de Medicina vem ao encontro deste valor. Sabemos que o número de vagas oferecidas pela universidade federal não é suficiente para atender a demanda. Além disso, nosso curso terá como um dos diferenciais o foco em Saúde Indígena e das populações ribeirinhas, que é uma particularidade da região amazônica”, comenta Martins. 

Já em Lorena, o objetivo é formar profissionais que atendam os municípios que fazem parte da região onde a instituição de ensino superior está instalada e do Vale do Ribeira e Litoral Norte de São Paulo. “O número de vagas oferecidas pelas outras instituições de ensino superior não é suficiente para atender a demanda e a região onde a Serra Dourada se encontra é um local que está em crescimento populacional, por estar próxima das principais capitais do Sudeste, atraindo, assim, cada vez mais pessoas. Desta forma, aumentar o número de profissionais de saúde formados em Medicina torna-se crucial.”, observa o coordenador dos cursos. 

PARCERIAS
Para possibilitar o desenvolvimento das habilidades práticas dos estudantes, as Faculdades de Medicina do Grupo Trivento Medical School firmaram parcerias e convênios com diversos órgãos de Saúde de Altamira e da região de Lorena, entre eles, UPAs, UBSs, Hospitais Públicos e Particulares e as Secretarias Municipais de Saúde. O enfoque principal é a formação dos estudantes dentro do contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), e nesse âmbito vale destacar a parceria com a Secretaria de Saúde do Município de Lorena, em especial com a Delegacia Regional de Saúde XVII, com sede em Taubaté, e com os municípios da Região de Saúde Vale Histórico e Circuito da Fé. Desta maneira, os estudantes podem compreender e atuar na realidade de saúde local. Esta parceria permite que os estudantes, sempre supervisionados por um professor ou preceptor médico, realizem atendimentos em Unidades Básicas de Saúde e Ambulatórios de Especialidades do Município.

Além disso, os cursos seguem o modelo de ensino-aprendizagem da Trivento Educação, que prioriza o desenvolvimento de habilidades técnicas e socioemocionais, preparando o estudante para o mercado de trabalho. “No nosso modelo, os estudantes saem da graduação prontos para atuar no mercado de trabalho, pois incentivamos a realização dos projetos extraclasse para a aplicação do conteúdo aprendido na sala de aula. Além disso, ajudamos a desenvolver as habilidades socioemocionais, que são grandes diferenciais para a trabalhabilidade no mundo atual”, finaliza Martins.

Giovanna

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